[CONTOS] COMO UM ROMANCE DE ÉPOCA: DETALHES SOBRE OS CONTOS DO LIVRO IMPRESSO
Sinopse: “Que atire o primeiro livro aquele que nunca suspirou por uma história de amor… É simplesmente mágico e extraordinário o poder que essas histórias têm! De época, clássicas, históricas, contemporâneas… Não importa: queremos chegar às últimas páginas, quando um beijo, um pedido de casamento ou uma declaração de amor faz tudo ficar perfeito! Essa coletânea é uma singela homenagem a essas histórias capazes de nos transportar para outra realidade, arrancando de nós muitos suspiros (e algumas risadas também, por que não?). Aqui tudo será como em um romance de época: o final feliz é requisito fundamental e indispensável. A edição impressa contém o conto “Anne”, uma versão moderna de Persuasão, de Jane Austen.”
Há algumas semanas eu publiquei no facebook e no instagram uma série de postagens sobre os contos da coletânea Como um romance de época e outros contos. Para quem perdeu alguma coisa, ou não viu nenhuma das publicações, compilo abaixo todos os detalhes que envolveram a escrita e publicação desse livro que é um amorzinho de tão especial!
Começando pela introdução, “Uma coletânea de amores desse e de outros tempos”, o meu objetivo com essa publicação foi fazer uma espécie de homenagem às histórias de amor romântico sem erotismo. Neste livro existem fragmentos de histórias reais, de mulheres da minha família, que há muito tempo eu planejava colocar no papel.
No princípio eu não imaginava que faria outra coletânea só de contos meus depois de ter publicado “O dia em que conheci meu pai pela segunda vez”. Mas havia algumas histórias povoando a minha cabeça, pedindo para serem contadas… Alguns contos do livro foram pensados a partir de editais de antologias os quais eu não consegui cumprir o prazo. “A mil ave-marias de um casamento” é um dos exemplos dessa minha falta de planejamento para cumprir prazos curtos (na verdade, qualquer tipo de prazo rígido que envolva escrever).
Foi só quando eu vi a capa pré-pronta que a Natália Saj postou no grupo do facebook Wattpad Brasil (acho que foi esse, já não tenho certeza) que eu tive uma espécie de “estalo”. Aquela moça, de roupa antiquada, cabelo curto, chapéu, um castelo ao fundo, em uma imagem que parecia um papel de carta, daqueles que eu gostava de colecionar há alguns (vários) anos, era, com certeza, a personagem de uma história sem nome que eu tinha na cabeça. Aquela era Bianca, que se percebia, “de uma hora para outra”, apaixonada por Romeu (vou falar mais sobre eles na próxima postagem).
Inicialmente o nome do livro era, simplesmente, “Um romance de época”. O problema é que eu não sou romancista (!). Tenho mais facilidade e interesse, na escrita, por histórias curtas. Mas isso foi fácil de resolver, quando a ideia para a coletânea e quais seriam os contos já estava decidida, a Natália fez as alterações necessárias na capa e eu pude concluir as histórias com a ajuda da Débora e da Talita, minhas super-amigas-leitoras-beta, e depois da Clara e do Raphael, meus incríveis revisores. Com tudo pronto, o apoio e comentários dos leitores e influenciadores digitais me fizeram ter ainda mais vontade de ter esse livro impresso, e nessa fase o projeto gráfico da Jessica Macedo e o serviço de impressão da Lura Editorial transformaram a coletânea em um livro impresso tão lindo quanto os que ficam expostos nas melhores livrarias.
Por mais que o formato digital seja incrível e muito acessível, o escritor quer ter o seu projeto em mãos. Para quem é apaixonado por livros, o cheiro do papel e poder tocar as páginas é uma sensação insubstituível.
Como um romance de época é o conto que dá o tom da coletânea (pelo menos foi essa a minha intenção ao escrevê-lo). É uma história curta, a mais curta do livro, e a mensagem principal é a de que o amor pode estar mais perto do que se imagina. Bianca, a “moça da capa”, acaba de sair do salão de cabeleireiro com seu novo corte de cabelo inspirado na Lady Mary, de Downton Abbey, enquanto Romeu aproveita para comprar um livro raro em um sebo da cidade. São pessoas simples, ela é confeiteira e ele, mecânico de motos. O amor aos livros os une, além do fato de que já são conhecidos de longa data. Bianca (em homenagem aos romances de banca) está lendo um livro da Julia Quinn sonhando viver um romance tão doce quanto aquele. Romeu (me parece um nome mais que adequado para um mocinho, a ponto de dispensar maiores explicações) sente falta de um amor real em sua vida. Em um tropeço, uma troca de olhares diz mais do que eles precisavam para ter certeza de que algo novo estaria prestes a acontecer. “Algo poderoso, como uma folha de cai de uma árvore aparentemente sem motivo algum.” Mais clichê impossível, eu reconheço. Mas tem dias em que tudo o que precisamos é um bom clichê para encarar a vida com mais suavidade e amor.
O curioso desse conto é que ele foi submetido a um edital para publicação de contos românticos, mas foi recusado. A justificativa era de que faltavam mais indícios de um relacionamento prévio entre o casal ou algo do tipo. Eu ainda não estava muito certa sobre a coletânea, quantos contos teria, ou se ela realmente o projeto seria realizado (insegurança nível máximo!). A recusa, no entanto, me fez prosseguir com a ideia, pois eu sabia que esse conto faria total sentido para os leitores apaixonados por esse tipo de enredo que remete aos livros de época, o que talvez não fosse o caso específico daquele edital.
A Mil Ave-Marias de um Casamento é a primeira história que eu escrevi que não se passa no século XXI, portanto, minha primeira história “de época”. Passei a admirar ainda mais as romancistas dessa temática porque é bem difícil ambientar uma história em uma época que não vivemos, por mais que as pesquisas e as leituras que façamos ajudem um pouco. O mais gostoso de uma história de época, e isso vale para escrita ou leitura, é poder usar e abusar da cordialidade, cavalheirismo e da não possibilidade de um diálogo muito aberto entre o casal, uma vez que isso não era socialmente aceitável há algum (bastante) tempo.
“A Mil Ave-Marias de um Casamento” é outra história pensada para participar de um edital para uma coletânea de contos de época, mas eu não consegui cumprir o prazo de submissão. Como eu já era apaixonada pelo enredo mesmo antes da história estar propriamente escrita, resolvi escrevê-la mesmo depois do prazo para, talvez, publicar no meu blog ou em e-book na Amazon, caso o conto tivesse fôlego que justificasse uma publicação solo.
Depois de escrito e editado, eu já sabia que publicaria uma coletânea só de contos românticos, então ficou decidido que “A Mil Ave-Marias de um Casamento” seria uma das histórias de “Como um romance de época e outros”, até por ser a história que mais se assemelha com as narrativas do gênero romance de época.
O conto fala sobre Maria Rosa, única filha do casal Castilho, que já está passando da hora de se casar (segundo a mãe dela). Eles moram na zona rural, em um lugar bem calmo, quase escondido, mas as coisas começam a se movimentar com a chegada de um primo distante da família, vindo do Rio de Janeiro.
A Mil Ave-Marias de um casamento é uma história que tem uma leve inspiração em “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen, e também em uma história real, de pessoas da minha família. Além disso, a personagem principal é leitora de folhetins e no decorrer da história está lendo “Senhora”, de José de Alencar.
Desde que escrevi “Anne”, que é uma fanfic (ficção de fã) de “Persuasão”, eu tive vontade de escrever mais uma versão curtinha de algum livro de Jane Austen. A escritora inglesa descreveu Emma como “linda, inteligente, e rica”. Por aqui, a mocinha também é linda e inteligente, mas é pobre. E NEGRA.
Emma tem o estilo interiorano de “Anne”, com a diferença de que a protagonista da vez é uma sitiante vendedora de queijos artesanais, seu pai é dono de um alambique e o mocinho do conto é um professor de matemática. Para quem não conhece a história original, que, aliás, eu recomendo muitíssimo, Emma é uma moça muito inteligente e casamenteira, mas que tem um pouco de dificuldade de perceber aquilo que está debaixo do próprio nariz. E isso inclui seus próprios sentimentos.
Noiva por correspondência é o segundo conto da coletânea em que a história não acontece nos tempos atuais. Não sei se posso usar o termo “de época”, mas aqui o romance acontece em meados do século XX.
Esse conto também teve inspirações em pessoas e fatos da minha família. Nele temos a história de Geni, que fica noiva por correspondência, tudo arranjado pelo pai dela depois de uma confusão que quase colocou a honra da moça em risco (mocinha de interior, sabe como é). “Noiva por correspondência” é uma história bem especial para mim pois, dentre outras coisas, usei elementos bíblicos do livro de “Cânticos de Salomão”, que a minha mãe gostava muito. É uma história de amores e recomeços, sobre confiar e esperar o tempo certo das coisas se acertarem.
“Nove entre dez suspiros com os quais Malu começava o dia eram direcionados a Colin Firth. Ele era a primeira imagem que ela via ao acordar, tendo em vista o pôster do ator como Mr. Darcy pendurado em uma moldura dourada bem em frente de sua cama.
— Ah, Colin, bom dia! — Ela dizia todas as manhãs” (p. 63)
Lembro quando a Talita me deu o primeiro feedback sobre esse conto, “Um amor como Colin Firth”, em que ela dizia que a história parecia muito, em essência, com Austenlândia. Fiquei muito feliz, porque sou fã de Austenlândia e de todas as histórias que retratam as loucuras de todas nós, fãs de Jane Austen, apaixonadas pelas adaptações, séries e filmes das obras dessa escritora inglesa maravilhosa!
Em “Um amor como Colin Firth”, Malu sonhava em conhecer um homem tão perfeito quanto o ator britânico, porque é uma verdade universalmente conhecida que todo mundo ama Colin Firth (eu devia ter colocado uma frase desse tipo no conto, mas agora já era!). Qual não foi a surpresa quando, nos corredores de sua faculdade, ela tropeça em um rapaz idêntico ao seu ator favorito! Malu não teve outra saída, se jogou nos braços do desconhecido e o beijou sem ao menos pestanejar! Quando deu por si, já tinha cometido a loucura, então saiu correndo sem dizer uma palavra sequer. A única coisa que ela sabia sobre o seu Colin Firth brasileiro e, aparentemente universitário, é que ele era um policial militar, pois estava fardado.
Namoro na pracinha é o último conto do e-book, e penúltimo do formato impresso (que inclui Anne, publicado em e-book em 2017). Aqui o limiar entre conto e crônica é bem sutil, e a história é bem curtinha, tal como o primeiro conto do livro.
Namoro na pracinha fala sobre amor na idade madura e sobre não ter de abrir mão do amor para se realizar profissionalmente. É sobre se inspirar em eternos namorados, trazendo para a própria realidade essa inspiração.
FAIXA BÔNUS <3
A edição impressa de Como um romance de época e outros contos inclui Anne, um conto moderno e interiorano de Persuasão, de Jane Austen. Anne foi a minha primeira “fanfic” (ficção de fã) e desde a sua publicação, em geral tenho recebido ótimas avaliações sobre essa história.
Veja a sinopse: “Anne pertence a uma importante, porém empobrecida, família do interior de Minas Gerais. No passado, foi apaixonada por Fred, um inteligente e ambicioso rapaz de família humilde. Teria se casado com ele, mas foi persuadida por sua família e recuou do compromisso firmado anteriormente. Vários anos se passam até que um novo Fred volta ao lugar onde foi desprezado pela família Elias. Agora, ele é um homem bem sucedido, um veterinário respeitado e de boa situação financeira. “Anne” é uma releitura moderna de Persuasão, de Jane Austen: a história de um amor que precisará vencer as barreiras do orgulho e do ressentimento para ser vivido.”
Na página do livro na Amazon é possível ler algumas das resenhas que esse conto já recebeu.
Como um romance de época e outros contos está disponível nos formatos digital e impresso na Amazon.