[RESENHA] MEU CORPO MINHA CASA, DE RUPI KAUR
Sinopse: “Da autora #1 do The New York Times, a terceira coletânea de poesias de Rupi Kaur, maior fenômeno da poesia mundial nos últimos anos um dos temas mais frequentes na obra de rupi kaur é a importância que há em crescer e estar sempre em movimento. em meu corpo minha casa, ela leva leitoras e leitores a uma jornada de reflexão através da intimidade e dos sentimentos mais fortes, visitando o passado, o presente e o potencial que existe em nós. os poemas dessa coletânea, ilustrada pela autora, inspiram uma conversa interna em cada uma, em cada um, lembrando que precisamos nos preencher de amor, de aceitação e de confiança em nossas relações familiares e de comunidade. e, sempre, que precisamos estar de braços abertos para as mudanças em nossas vidas. mergulho na nascente do meu corpo e chego a outro mundo eu tenho tudo o que preciso aqui dentro não há motivo para procurar em outro lugar – meu corpo minha casa”
Quando a gente diz que leu algum dos livros de poesia da Rupi Kaur, algumas pessoas torcem o nariz para essa classificação p o e s i a. Já vi gente dizer que os livros dela são uma espécie de narrativa quebrada em versos e que inclui ilustrações (eu mesma já disse e hoje digo isso). Entendendo a escrita de Kaur de uma forma ou de outra, cheguei a uma conclusão de que os versos (ou frases) dela são como um canto de sereia. Só que a melodia de muitos deles é retirada bem do fundo do nosso coração e esfregada, sem qualquer cerimônia, no meio da nossa cara.
Meu corpo minha casa é bem denso. Começa falando de depressão, abuso sexual infantil. Dá um nó na garganta e no estômago. Fala de outros abusos, de origens diversas. Mas fala, de certa forma, de amor, de redenção também. E feminismo, capitalismo. Relações humanas. É o mundo em que vivemos, e ignorar certas coisas (ruins ou não) não faz com que elas desapareçam. Fiquei incomodada, apreciei algumas partes, outras nem tanto (e nem um pouco). É uma narrativa que se comunica muito bem com a nossa geração; conectada 24 horas por dia, consumida e consumidora 24 horas por dia. Especialmente as mulheres.
“a perfeição não me importa
eu prefiro me jogar de cabeça
na loucura que é a vida”
Em relação ao meu primeiro contato com Rupi Kaur, na resenha calorosamente apaixonada que fiz de Outros jeitos de usar a boca, sinto que dei uma esfriada com essa autora e seu estilo. Mas a leitura tem dessas coisas: a medida que vamos lendo mais, percorrendo outros caminhos, outras temáticas, podemos acabar nos distanciando de certos autores. Não é dizer, de forma alguma, que ficamos melhores (ou que passamos a “ler livros melhores”, Deus me free de ser esse tipo de pessoa!). É só uma questão de foco mesmo, de momento. E tá tudo bem!
Título: Meu corpo minha casa
Autora e ilustradora: Rupi Kaur
Tradução: Ana Guadalupe
Editora: Planeta
Páginas: 192
Compre na Amazon: Meu corpo minha casa
[…] amadurecimento, preconceito racial, xenofobia, amor, sexo e relações familiares. Leitores de Rupi Kaur e Amanda Lovelace certamente gostarão do estilo poético, embora aqui um poema ou outro possa […]